Babalaza = Ressaca; efeitos posteriores desagradáveis depois de se ter bebido em excesso. A origem do termo encontra-se algures entre babalaas do Afrikaans, bubble-arse do Inglês e ibhabhalazi do Zulu.

14 April 2005

Cahora Bassa

Confesso que não conheço ao pormenor o eterno "dossier Cahora Bassa". Muito pelo contrário. Tenho somente algumas noções pescadas aqui e ali, sobre este assunto.
Mas se bem percebi, trata-se mais ou menos de uma coisa deste género: a hidroeléctrica foi construída ainda no tempo colonial e, aquando da independência, foi assinado um acordo entre o governo português e a FRELIMO, uma espécie de "reserva de propriedade" da hidroeléctrica para com o Estado Português. A HCB, embora estivesse em território moçambicano, continuaria a ser gerida pelo Estado Português.
Passados estes anos todos, o Estado Moçambicano reclama o controlo da mesma. Acho justo.
Portugal não se opõe mas, por seu lado, reclama um valor astronómico, pela manutenção da HCB ao longo deste tempo todo e pelo enorme prejuízo que as suas contas apresentam. Também acho justo.
Foi isto que eu percebi até hoje em relação a este assunto. Corrijam-me se estiver enganado; chamem-me a atenção se estiver omissa alguma parte relevante.
E, só com base nisto, à primeira vista, parece-me que os dois têm argumentos válidos.
Mas a ideia não é julgar a questão, mas sim deixar aqui dois textos que levantam outras questões em relação à HCB.
O primeiro dos textos, é da autoria do jornalista moçambicano Marcelo Mosse, e intitula-se "O outro problema de Cahora Bassa". É uma crítica aberta à maneira como têm decorrido as conversações entre Portugal e Moçambique sobre esta questão. A uma alegada "obsessão dos dois governos pela maximização do lucro com a venda de energia eléctrica, e do saneamento financeiro em função da dívida pública portuguesa".
O outro texto é do jornalista Luís David, e foi publicado no semanário moçambicano "Domingo". Intitula-se "Um exercício inútil" e é uma crítica àqueles que "tentam convencer que a construção da Barragem de Cahora Bassa foi uma coisa muito boa para Moçambique, para os moçambicanos". Também critica quem defende a ideia de que o Portugal colonizador desempenhava um papel de bom samaritano em relação às suas colónias, principalmente quando comparado com outros impérios coloniais da época. O autor parece querer dizer que colonizar, é colonizar, e ponto final.
Vale a pena dar uma vista de olhos.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A única opinião que posso dar _ já que também não sei ao certo o que HOJE se passa, e muito se terá andado (ou ladeado) desde então _ é em relação ao passado: Não, Cabora Bassa não foi construída para servir Moçambique, fazia isso, sim, parte do desespero colonial para que a FRELIMO não passasse o Zambeze. É fácil falar, à posteriori, mas, se calhar, a questão deveria ter ficado melhor definida em 74, no Acordo de Lusaka. Moçambique tem legitimidade em querer Cabora Bassa! _ quanto a Portugal, faltam-me dados... Abraço, IO (chuinga).

4:23 AM

 
Anonymous Anonymous said...

U k me preokupa é que os moçambicanos e não só em relação ao dossier Cahora-Bassa e mesmo outros, nomeadamente em relação à banca e outros se seguirão certamente utilizem um anti-portuguesismo primário.
Tem razão o Mia qd fala do 1.º sapato sujo (de sangue e lama)
Porra fiquem lá independentes de vez ou não dá jeito?
O verdadeiro leit motiv desta embrulhada não é pela posse por parte de Moçambique mas a posse e as comissões (corrupção mesmo) por parte de certos indivíduos nas ditas cujas.
Por trás disto tudo estão poderosas empresas de lobbyng (uma sul-africana de capitais ingleses e outra americana) que se movimentam com discrição mas à vontade nos corredores do Polana e os seus representantes moçambicanos à porta (quase a entrar) na Ponta Vermelha.
Infelizmente ainda vamos por um lado na época do jornalismo (da época da "luta continua")ingénuo, por outro, no jornalismo (isto não é certamente mas..) ao serviço de certas ambições. É o que se chama de escrever a metro, assim são pagos!!

4:29 AM

 
Blogger babalazado said...

Caro JPT, a ideia não foi ecoar coisas polémicas, mas sim dar a conhecer outras perspectivas sobre o assunto.
Não tomei partido. Pelo contrário. Repito, mal conheço o assunto. E do pouco que conheço, acho que ambos têm argumentos válidos.
Respeito e entendo o que você diz quando afirma que quem fala e ecoa coisas polémicas que bote nome. Mas a intenção não foi, nem é, polemizar a questão.
Abraço

6:15 AM

 
Blogger babalazado said...

ahh em relação ao anúncio, continuo sem saber quem foi o porco racista autor do mesmo.
Mas concordo inteiramente consigo. Teria sido fantástico saber quem foi o autor, ou melhor, qual a pigmentação do autor.

6:17 AM

 
Anonymous Anonymous said...

Como acontece quase sempre e a propósito de quase tudo, em moçambique, em africa, na europa e no mundo, no fim da questão, só interessa saber como lixar quem tem a cor da pele oposta á nossa, calunia-lo e encobrir e desculpar a "nossa" irmandade cromática.
Esta história (C.B.) é muito simples: Um governo pagou X milhões por uma coisa construida num território que entretanto deixou de ser seu.Ao longo dos anos esses X milhões converteram-se em Y Trilhões.
A duvida reside em saber se esse governo vai conseguir vender pelo preço de custo de 1977, se de 80 ou a preços de hoje...ao governo y, ou se este, por obra e graça de numa qualquer amnistia politicamente correcta, se livra a essa obrigação, de ter de pagar por aquilo que não construiu e que hoje quer deitar as mãos.

7:27 AM

 

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