Babalaza = Ressaca; efeitos posteriores desagradáveis depois de se ter bebido em excesso. A origem do termo encontra-se algures entre babalaas do Afrikaans, bubble-arse do Inglês e ibhabhalazi do Zulu.

15 April 2005

O 2º Acordo de Paz

Moçambique não tem tradição de emigração. Ao contrário de outros países africanos de língua oficial portuguesa, como Cabo Verde, Angola e mesmo a Guiné-Bissau, que possuem uma grande diáspora espalhada por esse mundo fora, em Moçambique esse fenómeno nunca se verificou.
Ou melhor, verifica-se mas somente direccionada para um único país: a África do Sul.
A proximidade assim o dita. Aliada a uma moeda bem mais forte que o metical e a salários bem mais vantajosos.
Milhares de moçambicanos, ainda muito antes da independência, trabalhavam já como mineiros na África do Sul. E, segundo reza a História, o Estado Português fartou-se de lucrar com isso. Mas isso não vem aqui ao caso. Quis somente dar uma panorâmica da coisa e, por acaso, associei este facto a uma alusão anterior ao colonizador bonzinho.
Essa migração mineira continua ainda nos dias de hoje. Ao moçambicano que vai trabalhar nas minas da África do Sul, dá-se o nome de "madjone-djone".
Estima-se que estejam actualmente na África do Sul cerca de 4 milhões de moçambicanos, com uma grande maioria (senão a maior parte, não sei, interrogo?) em situação ilegal. Os vistos são caros e, muitas vezes, basta saltar a fronteira para estar na "John" (nome dado pelos moçambicanos a Johannesburg), nem que isso implique arriscar uma travessia a pé pelo Kruger Park.
Para além destes, depois ainda existem as "mukheristas". Estas são mulheres que se dedicam à importação de produtos adquiridos na África do Sul, para revender em Moçambique. Mas com um pormenor. O contrabando, cambalachos com guardas-fronteiriços e a fuga ao fisco aqui dominam.
Isto já para não falar nas compras e passeios de lazer que a elite de Maputo faz, sempre que pode, a Nelspruit, JHB etc.
Para além disto, os sul-africanos brancos (chamados de "boers" pelos moçambicanos) estão espalhados por toda e qualquer praia que exista na costa moçambicana. Milhares de "boers" passam anualmente por Moçambique de férias. Principalmente no sul, que faz fronteira com a África do Sul.
Tudo isto vem a propósito da visita que Guebuza efectuou à vizinha África do Sul, tendo assinado um acordo de abolição de vistos entre os dois países. Uma boa notícia para milhares, se não milhões de moçambicanos. Segundo este artigo, a notícia teve tanto impacto que os moçambicanos já o "consideram como sendo um 2º Acordo de Paz".
Temos Paz!

3 Comments:

Blogger Passada said...

Olá babalazado, obrigada pelo link. Gostei particularmente da última frase: temos paz!!! Um abraço passada

1:29 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Oh, Babalaza, então, não há mais?...oxalá estejas bem!, Abraço, IO (chuinga).

2:51 PM

 
Blogger Carlos Gil said...

Deve estar de férias Chuinga... também me farto de bater à porta...

2:40 AM

 

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